Portal do Governo Brasileiro
2012 - Livro Vermelho 2013

Thelypteris macrophylla (Kunze) C.V.Morton LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 17-05-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie amplamente distribuída e presente em Unidades de Conservação.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Meniscium macrophyllum Kunze;

Família: Thelypteridaceae

Sinônimos:

  • > Thelypteris macrophylla ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Dados populacionais

Em uma área de 0,72 ha da borda de fragmento florestal no sul da Bahia foi encontrado uma população com 11 indivíduos (Paciencia; Prado, 2005)

Distribuição

A espécie ocorre nos estados Acre, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro (Salino, Almeida, 2012), Amazonas, Pará e Rondônia (CNCFlora, 2011).A espécie ocorre na região litorânea, próximo ao nível do mar, em até 1000m de altitude (Matos, F. B., 965, CEPEC 110594).

Ecologia

Em São Paulo a espécie foi encontrada exclusivamente na planície litorânea da Serra do Mar. Nos estados Espírito Santo e Minas Gerais a espécie ocorre no interior da florestas periodicamente alagadas(Salino; Semir, 2004). Embora não haja registros, Salino e Semir (2004) sugerem que nas florestas litorâneas de São Paulo provavelmente a espécie também ocorra em floresta alagável.A espécie tem hábito terrícola (CNCFlora, 2011) e ocorre em locais úmidos (Salino; Semir, 2004)

Ameaças

1.1 Agriculture
Detalhes Hoje, grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia; Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000ha de cobertura florestal (Paciência; Prado, 2005), 40.000ha em estágio inicial de regeneração e 200.000ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau (Theobroma caçoa L.), seringa (Hevea brasiliensis Muell. Arg.), piaçava (Attalea funifera Mart.) e dendê (Elaeis guianeensis Jacq.) (Alger and Caldas 1996). Especificamente em Una, 27% da cobertura florestal é ocupada por pasto, 15% de floresta em estágio inicial de regeneração, 6% de plantação de cacau e 2 de plantação de seringa (Pardini, 2004). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciência; Prado, 2005)

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O Estado de São Paulo representa hoje cerca de 18% da remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo do litoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área do Estado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado (Costa, 1997).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes No decorrerdo processo de ocupação das terras pelo colonizador português, diversos tiposde atividades destruidoras se destacaram a eliminação das matas de Pernambuco, taiscomo a defesa dos colonos contra os ataques constantes de indígenas asqueimadas durantes as freqüentes lutas dos colonizadores contra indígenas, asconstrução de estradas, barragens, vilas, cidades, mineração, etc. e asderrubadas destinadas ao desenvolvimento da pecuária bovina extensiva eagricultura (canaviais, cafezais, mandiocais, etc). A substituição da MataAtlântica pela cultura da cana a partir do período colonial representa aprincipal causa do processo de degradação desse bioma, agravando-se com opro-álcool, em 1974. O que restou da floresta continua a ser devastada econsumida para usos diversos, além do intenso e desordenado processo de ocupaçãode sua área de ocorrência (Lima, 1998). Dados de 2010 relatam que dos 9.929.608ha de Pernambuco coberto por Mata Atlântica, apenas 229.272 ha sãoremanescentes do bioma (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011). O município deJaqueira apresenta 8.972 ha em bioma Mata atlântica e em 2010 apenas 1.216 ha representama área remanescente (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011)

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A cobertura vegetal do estado do Espirito Santo, antes praticamente toda recoberta pela Mata Atlântica, tem uma história de devastação cujos registros remontam aos do início de sua colonização. A destruição e degradação do habitat é, sem dúvida, a maior causa de perda de biodiversidade no estado. Subsequentes ciclos econômicos, como o da exploração da madeira, da agricultura cafeeira, dos "reflorestamentos" homogêneos (Pinus e Eucaliptus), a incidência de espécies exóticas invasoras e sobre-exploração de plantas ornamentais são algumas principais ameaças incidentes sobre a flora do estado (Simonelli ; Fraga, 2007).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Extinta (EX). Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA - SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação: RPPN Usina Colônia, PE, RPPN Usisa Serra Grande, AL, Parque Nacional do Pau-Brasil, Parque Nacional Monte Pascoal, RPPN Caminho das Pedras, APA Tinharé-Boipeba, RPPN Serra Bonita, BA, Reserva Biológica Poço das Antas, RJ (CNCFlora, 2011)

3.3 Biology and Ecology
Situação: on going
Observações: No Amazonas a espécie foi estudada na grade do projeto PPBio, lago da usina hidrelétrica Balbina (CNCFlora, 2011)

Referências

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

- PARDINI, R. Effects of forest fragmentation on small mammals in an Atlantic Forest landscape, Biodiversity and Conservation, v.13, p.2567-2586, 2004.

- PACIÊNCIA, M. L. B.; PRADO, J. Effects of forest fragmentation on pteridophyte diversity in a tropical rain forest in Brazil, Plant Ecology, v.180, p.87-104, 2005.

- ALGER, K.; CALDAS, M. Cacau na Bahia: Decadência e ameaça a Mata Atlântica. Ciência Hoje, v. 20, n. 117, p. 28-35, 1996.

- LIMA, M. L. F. A Reserva da biosfera da mata atlântica em Pernambuco - Situação atual, ações e perspectivas. CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA, v. 12, p. 43, 1998.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica: Período 2008-2010. 2011. 122 p.

- SALINO, A.; SEMIR, J. Thelypteris Subg. Meniscium (Thelypteridaceae - Pterophyta) no estado de São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 27, n. 1, p. 103-114, 2004.

- COSTA, J. P. O. Avaliação da reserva da biosfera da Mata Atântica. CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA, v. 6, p. 48, 1997.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E. Thelypteridaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB092151>.

- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E. Thelypteridaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.516, 2009.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

Como citar

CNCFlora. Thelypteris macrophylla in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Thelypteris macrophylla>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 17/05/2012 - 20:35:09